Família

Summercamp em Whistler

Este mês minha filha caçula, Mari, está passando três semanas em um acampamento de verão na Alemanha. Em 2016 a Marcela também participou de um acampamento de verão (summercamp, em inglês), em Whistler, no Canadá. Na época ela tinha 14 anos, a mesma idade da Mariana agora. Por isso, pedi para ela contar um pouco dessa experiência.

No inverno, Whistler é uma estação de esqui bem conhecida. Mas, no verão se transforma num ponto de encontro de estudantes de várias partes do mundo que vão para lá para praticar esportes de aventura, aprender inglês ou, simplesmente, confraternizar.

Para minha filha foi uma grande experiência. Uma oportunidade de viver situações de liberdade e responsabilidade que só uma ocasião como essa permite. Ou seja, viajar sem a família para outro país, andar sozinha pela cidade, decidir o que e quando fazer, administrar seu dinheiro. Sem falar nas oportunidades de conhecer gente de vários países e treinar o inglês. A viagem foi organizada pela escola quando ela estava no 9o ano do Ensino Fundamental.

Com a palavra, Marcela:

Em julho de 2016 eu fiz uma das melhores viagens da minha vida. Destino: Whistler, Canadá.

Desde pequena, eu e minhas amigas nos imaginávamos fazendo essa viagem. Isso porque todos os anos ouvíamos o pessoal do 9o ano dizendo o quão incrível havia sido, e quantas boas experiências eles tinham vivido. Essa viagem era planejada pela escola como viagem de formatura do Ensino Fundamental. E como não envolvia toda aquela chatice de trabalhos que devem ser entregues ou possíveis questões de prova, todos estavam animados.

Um mês antes eu já pensava em que roupas levar, quanto dinheiro, acessórios para combinar, de tudo um pouco. Mas só comecei a arrumar minha mala cinco dias antes do embarque. Foi complicada essa arrumação. Levei uma mala de rodinhas e dentro dela, além de roupas e outras coisas essenciais, também tinha que caber uma mochila grande (daquelas de mochileiros mesmo). E foi osso fechar o zíper. Mas conseguimos!

Com medo, não, ansiosa talvez

Nosso grupo era formado por pouco mais de 20 amigos e um professor para nos acompanhar. No aeroporto tínhamos que usar uma camiseta verde neon com vários logos para sermos facilmente identificáveis – que eu achava ridícula na época. E ainda acho, mas usei mesmo assim. Fazer o que?

No check-in íamos nos encontrando e cumprimentávamos mães, pais, tios, avós, irmãos… dizendo o quão nervosos estávamos. Mas, falando sério, eu nem estava com medo ou nervosa. Ansiosa talvez. É que pra mim sempre demora para cair a ficha. Principalmente naquele momento que ia ficar um mês sem meus pais no Canadá, sério, eu tinha um mês ainda para a ficha cair!

Só adolescentes no avião!

Últimas fotos, últimas despedidas e direto para a sala de embarque, até com direito a passar sozinha pela imigração. Eu realmente senti dó das pessoas que iam no mesmo voo que a gente, porque não era apenas o nosso grupo de adolescentes. Haviam outros quatro ou cinco grupos de 14/15 anos, todos embarcando para diferentes summercamps no Canadá.

Esse voo ia ser uma festa, eu pensei. Mas não foi, pelo menos não o de São Paulo para Toronto. Agora, o voo de Toronto para Vancouver, ihhhhh, esse foi uma zona. Todo mundo jogando trivia nas TVs do avião, gente tentando se comunicar com os amigos do outro lado do avião à base de gritos… Foi ótimo, um dos voos mais divertidos na minha opinião!

Centrinho de Whistler, onde ficam as lojas e restaurantes

Nossa rotina no Tamwood

Desembarcamos em Vancouver e ainda enfrentamos 2h30 de viagem de ônibus até Whistler, nas montanhas. É lá que fica o Tamwood, escola/acampamento de férias onde ficamos hospedados. As acomodações eram ótimas. Os dormitórios eram quase que estúdios, com dois quartos com beliche, uma cozinha, uma sala com TV e um banheiro. Cabiam quatro pessoas por quarto e eu fiquei apenas com brasileiras amigas minhas. E como tinha Wi-fi nem preciso dizer que a televisão nunca foi ligada.

O salão principal ficava bem perto dos quartos, dois minutos de caminhada no máximo. E era lá que quase tudo acontecia, desde refeições até atividades noturnas e festas. No primeiro dia fomos divididos em grupos e cada um tinha um counselor (equivalente a um monitor) que era responsável por, bom, tudo relacionado ao seu grupo.

A rotina era simples: o monitor nos acordava às 7h30 para estarmos prontos à 8h para o café da manhã. Cada dia tinha uma atividade diferente nos períodos da manhã e da tarde. O jantar era sempre às 18h – o que eu achava esquisito – e depois uma atividade no salão principal. Ou ficávamos no quarto até o toque de dormir às 23h. Como o jantar era muito cedo sempre rolava um lanche no quarto antes de dormir.

Summercamp: rafting, teleférico e compras na vila

As atividades que fazíamos eram das mais variadas, como rafting, andar de bicicleta, teleférico, caminhadas, acampamentos, nadar nos lagos, etc. Já na sexta à noite sempre havia uma balada temática para a qual tínhamos que arrumar o salão e ir vestidos a caráter (nunca era algo muito mirabolante). E nossos domingos eram “livres”, ou seja, tínhamos três opções para escolher.

A minha atividade favorita de domingo era passear em Whistler, que não é bem uma cidade… de tão pequena, está mais para uma vila.  Imagina uma daquelas cidadezinhas que sempre aparecem em filmes de Natal com casas com telhados fofos “triangulares”, um centrão onde carros não circulam… Então podíamos andar livremente, e com lojas das mais variadas. Os parques próximos também eram maravilhosos. Dava pra ir a pé (uns 15 minutos do centro) ou pegar um ônibus, o que era bem fácil e seguro. E eram uma opção alternativa a ficar fazendo compras.

Todas as recordações que guardo dessa viagem são maravilhosas: as amizades que fiz foram incríveis, as pessoas eram super atenciosas. Mesmo as experiências mais complicadas criaram memórias boas das quais dou risada até hoje. Como um acampamento de três dias em que ficamos a quilômetros de qualquer civilização, sem banho e até mesmo um banheiro decente e nem luz. A única coisa que teria feito diferente são as amizades, que eu deveria ter investido mais com as pessoas de outros países. Foi uma ótima oportunidade que eu desperdicei. Mas se eu pudesse, com certeza viveria essa experiência, tudo de novo!

Para informações sobre Tamwood Whistler acesse: https://www.tamwood.com/tamwood-camps/whistler/

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